Como estimular a inovação na minha empresa?

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Por Gilberto Cheng*

A resposta para essa pergunta é uma provocação a executivos e empreendedores que ainda não se questionaram sobre o motivo de não conseguirem inovar em seus modelos de negócios tradicionais. Em primeiro lugar é importante deixar claro que não existe transformação na zona de conforto. Inovar custa tempo, dinheiro e requer uma mudança estrutural que vai muito além da aplicação de novos métodos e ferramentas nos processos internos. É uma questão cultural nas organizações, e começa com as pessoas. Equipes mais engajadas também são aquelas com mais autonomia para tomar decisões estratégicas.

O que em geral acontece dentro das empresas mais tradicionais é que elas não possuem um ambiente propício para a inovação acontecer. Seja pela burocracia, excesso de hierarquia, falta de integração entre os times ou outros fatores que inibem iniciativas que podem ser revolucionárias. Os aspectos culturais são tão fortes que podem afastar as pessoas que tenham um perfil mais empreendedor. Profissionais com esse espírito inquieto gostam de ser desafiados a solucionarem problemas do dia a dia e se sentem parte da empresa quando podem ajudá-la a crescer.

Uma expressão que está na moda é a "transformação digital", porém algumas companhias ainda não perceberam que esse movimento já é uma realidade em todo o mundo e que o preço por não investir em inovação é ser irrelevante no futuro. Em uma perspectiva clara e simples, posso afirmar que não existirá mercado para quem não mudar o mindset e reconhecer que metodologias de gestão mais ágeis são essenciais para acompanhar o ritmo de mudanças da nossa sociedade.

Em se tratando da reestruturação de uma organização, o processo em si pode ser conduzido de maneira natural para todos que fazem parte da empresa. Ela começa com pequenas ações que levam a grandes resultados e ganhos em performance e produtividade. Entender, por exemplo, que os erros fazem parte de quem se arrisca a inovar é um dos primeiros aprendizados.

Outro ponto é que – além de errar – quem decide pela inovação também está atento à dor do cliente. Essa relação mais transparente é fundamental na hora de implementar melhorias e até mesmo desenvolver novos produtos e serviços. Abraçar os erros, aprender com eles, testar novos métodos e abordagens para um mesmo problema são algumas das mudanças importantes que a inovação traz no cerne de uma organização. As inovações realmente impactantes são as que reconfiguram ou introduzem novos modelos de negócio ou experiências cativantes, e tais inovações têm sido viabilizadas na maioria dos casos através de softwares.

Percebo que muitas organizações estão tornando-se empresas de software e sofisticando-se em questões de práticas de design, metodologias ágeis e tecnologias digitais. Para quem está começando é importante contar com o apoio de uma consultoria especializada no pontapé inicial dessa jornada de transformação. As organizações que buscam incubar suas iniciativas de inovação, por exemplo, podem contratar parceiros de tecnologia que facilitam e aceleram o desenvolvimento de seus modelos inovadores de entrega de valor, testando hipóteses em protótipos MVP (sigla em inglês para Produto Mínimo Viável) e obtendo feedbacks de seus potenciais clientes ou usuários de forma a tomar decisões estratégicas baseada em dados.

Por fim, a empresa que se prepara para essa jornada se mostra aberta à investimentos que irão ajudá-la a alcançar seus objetivos de negócio. Nem tudo o que está disponível no mercado é essencial para todos. O nível de maturidade tecnológica de uma organização é um fator importante a ser levado em consideração. As organizações com alto nível de maturidade em inovação são também as mais transparentes para selecionar, avaliar e interromper iniciativas. Tal transparência é fundamental para estabelecer cultura e agilidade de inovação. Cabe ainda uma análise profunda do real objetivo de cada implementação para que elas contribuam com o processo de melhorias contínuas que só é possível a partir de uma mudança cultural bem conduzida.

*Gilberto Cheng é head de Inovação da Infosys Brasil.

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Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

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